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Introdução ao Estudo das Dez Emanações Luminosas

O Rabino Yehudá Ashlag compilou a obra do Estudo das Dez Emanações Luminosas – “Talmud Êsser HaSefirot” em Hebraico, que contém dezesseis Tratados dos ensinamentos do Rabino Isaac Luria cujo objetivo é o de facilitar ao estudante da Kabbalah, a ler e compreender tudo o que é ligado às Dez Sefirot.
Todos os livros da Kabbalah de todas as épocas são embasados nas dez Sefirot. Os sábios da Kabbalah podiam ver o mundo metafísico e a ordem da divindade, segundo a estrutura das Dez Sefirot ou da Árvore da Vida (a Àrvore Sefirótica). Quem não tinha esta visão não conseguia entender uma só palavra desses livros e seus textos, que ficaram obscuras ao público e até aos outros rabinos que não foram iniciados na divina sabedoria da Kabbalah. Por este motivo, o Santo Zôhar, que é a obra mais completa da Kabbalah, por muitos séculos permaneceu não entendido e consequentemente interpretado como um livro de magia e superstição.
Somente com a chegada da alma do Rabino Isaac Luria (Ha’Ari HaKadosh - o Santo Ari) ao mundo, esta visão mudou através dos seus ensinamentos que iluminaram a mente e as almas dos seus alunos e do resto do mundo rabínico. Todos os seus ensinamentos foram registrados por seu aluno principal, o Rabino Chaim Vital, que os passou ao seu filho e aluno, o Rabino Shmuel Vital. Contudo, apesar da grande e importante abertura que o Ari HaKadosh apresentou ao mundo, mesmo assim ainda foi difícil para o novo estudante compreender os seus ensinamentos.
Quando o Rabino Yehudá Ashlag foi iniciado nesta sabedoria, ele percebeu esta dificuldade e resolveu compilar textos escolhidos dos ensinamentos do Ari e ofereceu ao novo estudante, um esquema de estudo especial que explica de forma lógica e ditática todo o processo da evolução das Dez Sefirot.
A capacidade de entender a linguágem do Santo Zôhar pelo Ari HaKadosh está bem explicada no Portal das Reencarnações, no capítulo “As Outras Raízes em Resumo” (Continuação de Introdução 36). Isso se tornou possível porque a sua alma vem da mesma raiz do Rabino Shimon Bar-Iochai, o autor do Zôhar.
Esta conexão de almas é fundamental na linhagem dos Sábios da Kabbalah. Portanto, podemos concluir que o Rabino Yehudá Ashlag também possuía algo em comum com a linhagem dessas almas, alcançando até a alma de Moisés.
A alma de Moisés vem da raiz de Sefirá Da’at (Conhecimento), e a Luz da sua alma está brilhando em todas as almas de nossa geração, e por consequencia está despertando em todas as almas a atração divina da Sabedoria da Kabbalah e a curiosidade para conhecê-la.
Nos últimos dois mil anos os Sábios da Kabbalah vieram ao nosso mundo, um atrás do outro, como uma corrente de almas para manter a chama da Luz da Kabbalah e do conhecimento acesas, com a esperança da chegada da geração do Messias[1]: “Ningúem fará nenhum mal, nem destruirá coisa alguma em todo o meu santo monte, pois a terra se encherá do conhecimento do Adonai[2] como as águas cobrem o mar”.
Nós que vivemos esta geração, temos o merecimento de receber tudo o que foi preparado por esses sábios ao longo desse período, porque foram eles que pavimentaram para nós o caminho da nossa auto-iluminação.
[1] Isaías 11:9
[2] É o nome de Deus em hebraico. O conhecimento de Adonai se refere à divina sabedoria da Kabbalah